
Agora volto a escrever sobre o que sinto, mas por outra pessoa. Esse tempo em que fiquei sem postar aqui, eu acabei conhecendo-o. E eu me apaixonei por ele, sim. Eu sei que é paixão porque eu gosto de cada defeito dele, com a mesma intensidade que gosto das qualidades, exatamente como ele é. Não mudaria nada.
Eu gosto daquelas brincadeiras bobas, típicas de quem está apaixonado. Gosto quando ele me pede pra falar "peixinho" enquanto faço biquinho. Ou de quando morde minha sobrancelha. Gosto de quando ele se faz de bobo, como quando por exemplo, ele tentava "avançar o sinal" e eu dizia: para com isso! e ele respondia: eu não estou fazendo nada, bobona!. Aliás, adoro quando ele me chama de bobona, chata, bocó. É, bocó. E eu sou tudo isso mesmo, principalmente boba, quando estou perto dele. Adoro fazer cafuné, mesmo que ele reclame, pois eu sei que ele gosta. E ele sabe disso. Gosto das nossas conversas, nossos segredos, das brincadeiras. Das conversas ao telefone, de quando ele briga comigo por ter tomado banho de chuva e me manda tomar um banho quente, pra não ficar doente. Gosto de cuidar dele quando está bêbado, ou de assistir filme juntos, mesmo ele dormindo cinco minutos depois do filme começar. Gosto de quando tem ciúmes, mesmo negando depois e de quando critica minhas roupas. Gosto dos abraços, que fazem eu me sentir segura.
Só que eu tive medo, medo de perder. E foi justamente esse medo que me fez perder tudo isso. Eu achava que, agindo como se não me importasse, iria gostar mais de mim. Achava que, demonstrando o que eu sentia, iria assustá-lo e fazer com que se afastasse. E ele sempre dizia que eu o assustava, que dava medo. Por isso pensei que era o melhor a fazer. Não assustá-lo mais. E, não assustando, eu o afastei.
Agora eu fico aqui, pensando. O que aconteceu, o que eu fiz ou deixei de fazer, falei ou deixei de falar. Por que deu errado.
A corrente que me deu, nunca mais tirei. Toda noite antes de dormir, eu a seguro bem forte, e penso em nós. Que agora não é mais nós, mas você e eu. Eu a seguro bem forte e rezo. Às vezes para esquecer, às vezes para te encontrar e recomeçar, às vezes rezo apenas para não sofrer. Vez ou outra deixo cair uma lágrima, lembrando de quando estávamos assistindo filme, e ele queria dormir, então pegou minha mão e colocou em sua nuca, para eu fazer cafuné, e logo depois me abraçou. Não sei se me dou esperanças ou se desisto de tê-lo comigo outra vez. Só sei que não quero perder esse sentimento, que é bonito, puro, verdadeiro. Se fiz algo errado, peço perdão. E, mesmo que nunca mais sejamos nós outra vez, espero que possamos ser, você e eu, os mesmos amigos de antes de tudo isso acontecer.